A Dança da Floresta

Esta é uma história mágica, que transita entre um mundo mítico e um castelo na Transilvânia...

Entusiasmadas, as meninas vestem seus elegantes vestidos para mais uma noite dançante na Clareira das Danças. Sempre com o sapinho de estimação Gogu no ombro, Jena e as irmãs aventuram-se por este misterioso mundo: o "Outro Reino".

Após nove anos de pura farra nas madrugadas musicais, elas serão obrigadas a lidar com um primo vilão, machista e mandão que chega ao castelo Piscul Dracului em busca de poder. Para piorar a situação, Tati, a irma mais velha, apaixona-se por uma estranha criatura da noite...

Inspirado no conto de fadas "As Doze Princesas", A Dança da Floresta é o primeiro romance da autora dirigido ao público mais jovem. Premiado em 2006 com o Aurelis Award, os leitores conhecerão um pouco da cultura romena e irão encantar-se com páginas cheias de vida, amizade, amor e muita aventura!


Mais uma excelente obra desta maravilhosa autora Juliet Marillier. A sensação que tenho agora depois de ter lido, é demasiado prazerosa para se transmitir somente em palavras, a leitura é simplesmente fantástica. Depois de começar a ler este livro, torna-se um vício a cada virar de página, até chegarmos à última!

Apesar de ser catalogado mais para o público jovem, não vejo como não possa agradar também os mais grandinhos. No contexto, a história tem muitos temas e questões que são muito mais apropriados para o público adulto.

A história é narrada por Jena, a segunda das cinco irmãs, que cativa o leitor por sua força de espírito e determinação em ser a irmã mais responsável e amorosa para com a família. Seu companheiro constante é um sapo chamado Gogu, que ela encontrou ainda quando menina e que é capaz de se comunicar com ele. Jena e Gogu para mim são os grandes destaques do livro. Devido a força de caráter de seus personagens, não tem como não se emocionar com seus diálogos sempre tão intensos, e claro a fantasia da situação, como em um conto de fadas...

Além dos protagonistas, a narração é repleta de vida, onde é muito fácil se transportar por esse mundo tão mágico e místico.
Um mundo em que toda lua cheia, na Clareira das Dança
, através da viagem mágica de suas personagens, o leitor se depara descritamente, com encanto, as figuras fantásticas do outro reino. E do outro lado está o reino das sombras (onde a luz e as trevas se interam), com suas figuras góticas ( que são chamados no livro como os Seres da Noite), onde a autora teve todo o cuidado de evitar o esteriótipo do Drácula. Retratando-os seus nomes de forma mais ambígua, sem esclarecer se eram inteiramente bons ou maus. Essa mistura de fábulas, mais o mundo real dos personagens, nos prova como a autora desenvolveu muito bem o tema, mesmo com uma escrita simples, ela move-nos para uma riqueza lírica.

A autora sem dúvida nenhuma foi muito feliz em sua criação, que mesmo interando aos nossos olhos um mundo totalmente místico, assimilamos nas entrelinhas a importância do amor acima de todas as coisas. Onde tudo tem o seu preço, independente das coisas ou caminho que seguimos. E que os obstáculos e as dificuldades são o processo natural do crescimento moral de cada um.

Para mim este livro está entre um dos melhores livros da autora. Apreciei minuciosamente e com certeza estará em minha pequena biblioteca pessoal.
E se você estiver procurando por um pouco de magia, misticismo e romance como em um grande conto de fadas, então você deve escolher definitivamente este livro!


Trecho para apreciação:


"Estava deitada de costas no tapete, olhando para as estrelas pintadas e fazendo de tudo para não pensar nos problemas. Gogu estava empoilerado em minha barriga, imóvel como uma estátua.

- Não vamos falar de nada que seja ruim hoje, Gogu. - eu disse. - Vamos conversar só sobre aquilo que gostamos. Você começa.

A idéia foi sua. Você começa.

- Nadar no córrego da primavera. Fazer panquecas. Sentir o cheiro da madeira sendo queimada na lareira. Ouvir o som de uma cachoeira.

Gogu não disse nada.

- Vamos lá! - exclamei, um pouco desanimada. - Não é possível que você não consiga pensar em nada de bom.

Dormir no seu travesseiro, bem do seu ladinho.

- Hum - eu disse, surpresa com a escolha dele. - Quando penso no passado, lembro de muitas coisas boas. Nós passávamos o dia todo nos aventurando. Patinávamos no gelo durante o inverno, embora não no Água Morta , lógico. E nadávamos no verão, embora fôssemos proibidas de fazer isso quando brincávamos com Costi e Cezar. Tia Bogdana dizia que não era decente meninos e meninas tirarem a roupa juntos, mesmo que fossem crianças.

Ela tinha medo que vocês pegassem um resfriado.

- Como você poder saber disso? Aposto que nem tinha nascido nessa época.

Nenhuma resposta.

- Mas acho que está certo. Tia Bogdana adorava Costi. Que bom que pelo menos ele podia brincar lá fora.

Verde.

- O que?

Estou falando de coisas boas. O verde é bom. Seu vestido verde com aquele bolso bem fundo. (onde Gogu ficava muitas vezes)

Eu sorri e acariciei as costas do meu sapo.

- Gogu, você acha que fui muito injusta com Cezar? Ele não era mau quando menino. Mas ficou tão insuportável, tão arrogante e... eu tenho até medo dele. Cezar é tão maior e mais forte do que nós. E as pessoas não o desafiam, embora devessem fazê-lo.

Gogu ficou em silêncio por alguns segundos e então disse:
Acho que estávamos falando só daquilo que gostamos. Seu cabelo castanho, tão macio e tão bom para se esconder.

Fiquei surpresa de novo. Não sabia se gostava muito daquela descrição, que parecia mais apropriada para um arbusto do que para o meu cabelo.

- Papai voltando para casa. Essa vai ser a melhor coisa do mundo. Papai bem de saúde. E de volta o mais rápido possível.

Amor verdadeiro.

Levantei a cabeça da almofada bolorenta e encarei Gogu.

- Não sei se você está falando do meu futuro, mas está ficando cada vez mais improvável que eu encontre um amor verdadeiro. Ou está se referindo a Tati e Triste? Isso não é uma coisa boa, é um desastre. E não estamos falando de desastres.

Amor verdadeiro é a melhor coisa do mundo. É o que faz todos os problemas desaparecerem.

- Até para os sapos?

Gogu me encarou com ódio e ficou em silêncio.

- Gogu, eu estava brincando - disse, sentando-me num pulo e obrigando-o a se deslocar para o tapete. - Sei que você não é um sapo como os outros." (...)

***


Nota sobre a autora:

Aclamada como sucessora de Marion Zimmer Bradley e vencedora de vários prêmios internacionais, Juliet Marillier é uma das mais bem sucedidas escritoras de fantasia da atualidade.

A autora nasceu em Dunedin, na Nova Zelândia, uma cidade com fortes tradições escocesas que a influenciaram profundamente. Licenciou-se com distinção em Linguística e Música na Universidade de Otago e tem tido uma carreira variada que inclui o ensino, a interpretação musical e o trabalho em agências governamentais. É a autora da internacionalmente famosa trilogia Sevenwaters, A Filha da Floresta, O Filho das Sombras e A Filha da Profecia, que ganharam vários prémios internacionais.

9 comentários:

Jeanne Rodrigues disse...

Lili,

Adorei seu comentário mas fiquei curiosa.

O sapo vira principe encantado? Nem sei mesmo se quero saber..risos...

Uma dúvida, essa nota da autora, veio no proprio livro?

Bjos,

Driza disse...

Eu adoro "As Doze Princesas".
Agora, imagine uma inspiração da história nas palavras de Juliet Marillier, só poderia dar coisa boa.
bjs

lili disse...

Oi Jê!!

Então, acho melhor vcs descobrirem (que menina má eu sou) rsrs

Agora, quanto a nota. Eu peguei na internet essa que postei. Mas vem uma notinha sobre ela, na aba do livro...

Mas, achei interessante que no final do livro ela faz sim uma NOTA, mas sobre os detalhes de como ela fez o livro...Muito bom!

Não sei se vcs lembram nos ebooks...A autora tinha tb notas sobre os lugares, a história verídica de alguns personagens, lendas celtas e outros.

Beijosssss
Lili

lili disse...

Driza, pois é...Eu não conheço essa história!! Vc poderia me dar mais detalhes? Queria ler...

Bjs

Lili

Vivi disse...

Fico só namorando os comentários das iniciadas nesses assuntos Marillierianos.

Driza disse...

Oi Lili,
É um conto infantil, dá uma olhada nesse link:
http://www.educacional.com.br/projetos/ef1a4/contosdefadas/12_princesas.html
bj

lili disse...

Olá Driza, muito obrigada querida. Acabei de ler...
O que lembra o livro no caso são os preparativos dos bailes e o lugar secreto de suas fugas (quarto das irmãs).
Realmente o vilão tenta descobrir o lugar secreto tb... Mas, não tem nada de 12 principes na história.
Juliet Marillier é incrível mesmo!
Se der leia...Acho que vc vai gostar!
Beijos
Lili

Regina disse...

Já estou com o livro aqui. E depois desse comentário, ele será o próximo em minha lista.

bjs

Patricia Cardoso disse...

Já coloquei este livro na minha listinha de compra. Li a Trilogia Sevenwaters, e fiquei muito interessada nos livros desta autora.

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